Vinil da Semana: 'Life' - Kataphero | Review


Você aí já deu uma conferida no metal underground brasileiro? Se ainda não o fez, tá perdendo tempo! E pra colaborar para que mais pessoas conheçam o metal que muitas vezes se esconde nos recônditos brasileiros, Caterine traz uma pérola do death metal nordestino no #VinildaSemana.

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Lançado há 10 anos, Kataphero traz 'Life'. Trata-se de um álbum que precede o conceitual ao trazer histórias que só foram melhor trabalhadas três anos depois no intenso 'From Dust'. Falando de atmosfera, o clima do álbum pode ser sentido desde a capa, pelo talentoso Ricardo Tinoco, que carrega os dois pontos da vida numa mesma imagem: a criatura que relembra um feto, porém com rosto de ancião cego que da vida já viu além da conta.

Kataphero é densa de forma infinitesimal, cada peso instrumental e vocal que remonta a essência da banda nas músicas é equilibrado com vocais limpos em coro e orquestrações.  É nítido, desde os primeiros acordes, o quanto 'Life' caminha na linha do metal extremo grego, o que é natural pois o som era uma influência unânime entre os membros. 

Mas vamos ao som né? O álbum parece ser dividido em três grandes atos, simulando o que viria a ser o álbum seguinte, criado para parecer uma tragédia grega. A quádrupla que abre o álbum é magnânima, seja com 'Thanatolatria' e 'Cold Dark Night' que eketrizam e envolvem o ouvinte no melódico som da Kataphero ou com a teatral 'The Dying Man' e 'The Vigilant', repletas de riffs que te fazem banguear na hora. 

O grupo seguinte torna o álbum sombrio, com intros mais elaboradas no sussurro em outras línguas e nos sons sinistros permeando as falas em 'Exilium'. Já a teatralidade característica retorna com 'Brethren' e 'Landschap': uma sendo uma faixa com bateria frenética, arranjos vocais com coralistas e riffs mais estridentes; e a outra mais curta, com boas quebras de tempo e cujo instrumental faz uma cozinha que se encaixa perfeitamente com a faixa seguinte, 'Like a Dream'

O último ato é quase cíclico, começa com a instrumental 'Aeon', cresce em velocidade e peso com 'Lifetime', para dar lugar a última música do álbum, 'Sophrosyne', que é totalmente introspectiva, memorável e perfeita para fechar um álbum tão ímpar.

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